sexta-feira, 16 de abril de 2010

ATIVIDADE 1.2

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FLUMINENSE CAMPUS ITAPERUNA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU – ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL INTEGRADA À EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

PROFESSORA: LUCIANA

ALUNA: Lia Márcia Cardoso de Oliveira

A

crise ambiental, intimamente vinculada à expropriação inadequada dos recursos advindos da natureza e pautada na consolidação de ideal de dominação e superioridade da espécie humana, foi debatida em grandes conclaves internacionais, destacadamente em Estocolmo (1972) e Rio de Janeiro (1992). Para melhor utilização da natureza inseriu-se na ordem do neoliberalismo econômico (ECO – 92, no Rio de Janeiro), que o envolveu o incrível número recorde de delegações de 178 países e promoveu a celebração do Desenvolvimento Sustentável através de documentos como a Agenda 21. Para alcançar desenvolvimento sustentável, as políticas tinham que se basear no princípio da precaução, e assim as medidas ambientais deveriam prever, evitar e atacar as causas da degradação ambiental. Desenvolvimento Sustentável como pensamento dominante de nossa época possui caráter genérico e global, além de um conteúdo engenhoso e “incompleto”, que o diferenciava da proposta ineficiente de crescimento zero, discutida na Primeira Conferência, em Estocolmo. A escolha do país-sede do “espetáculo” da Conferência não poderia conter erros. Dentro desta geopolítica, onde o escopo primaz é a gestão da natureza enquanto mercadoria de extremo valor, as riquezas amazônicas, atuais e futuras destacavam o Brasil no epicentro de toda a discussão. O conceito de desenvolvimento, que alude à própria relação sociedade x natureza e a atual adequação de um novo modelo técnico-produtivo, que podemos asseverar como “acumulação flexível”, ou de maneira até mesmo conservadora, de reestruturação produtiva do capital. A concepção de Desenvolvimento Sustentável para o mega-empresariado, quando afirma, de maneira contundente e direta, que “a pedra angular do desenvolvimento sustentável é um sistema de mercados abertos e competitivos em que os preços são fixados de forma a refletir os custos dos recursos ambientais e outros”, e ainda que “os mercados abertos que configura-se podem motivar as pessoas para o desenvolvimento sustentável”. A “tensão teórica” que se refere prescreve as diferentes idealizações / materializações acerca do modelo de desenvolvimento em gestação. O cerne é a discussão sobre o paulatino esgotamento de um estilo de desenvolvimento, nascido com a revolução industrial e reforçado pelo Fordismo, onde a natureza se transformou em combustível e o homem (proletário) em engrenagem na máquina econômica mundial. Atual paradigma mecanicista newtoniano-cartesiano, que está epistemologicamente calcado na modernidade científica e é empiricamente observável na cadeia de relações sociais circunscritas no que podemos chamar de binômio Capitalismo – Industrialismo. Se existe uma crise, esta será ambiental, produtiva e do próprio conhecimento. Desenvolvimento Sustentável (“ideário”, “mito”, “idéia mágica”, “lenda”) cuja fragilidade visa ocultar uma agenda política pautada na manutenção da dominação de classe(realizando um mitológico choque de gerações presentes e futuras), assevera que podemos enxergar a crise ambiental como uma possibilidade de criação de um novo olhar para com o espaço, que de forma alguma afasta a condição de “recurso” que o capitalismo enxerga a natureza e ainda mantém o território como fonte de riqueza a ser controlada por poucas mãos, agora em forma de patente, propriedade intelectual e controle do capital técnico- científico. Ou seja, há uma transmutação da “Ideologia do Desenvolvimento” para a “Ideologia do Desenvolvimento Sustentável”, sendo esta última uma forma impositiva e neoliberal de tratar o desenvolvimento. Trata-se de uma mediação para um novo paradigma, mas que mantém a natureza enquanto reserva de valor exclusivo de uma classe, com a prática de um Novo Colonialismo, ou mesmo, um Novo Imperialismo. Desenvolvimento Sustentável quanto o Neoliberalismo Econômico são apenas máscaras de um grande processo – em curso – de reestruturação produtiva do capital. O Estado é adaptável às condições impostas pela classe dominante, a atual conjuntura demonstra uma atuação dúbia ou mesmo farsesca em relação a esta temática ambiental. Desenvolvimento Sustentável é uma das faces da moeda(complementada pelo Neoliberalismo Econômico) deste grande processo de adaptação do Capitalismo às novas necessidades (baseadas em contradições pretéritas) dos dias atuais.

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